Você contra você mesmo

por Escreva Bem on 22/08/2008


You may say,/ I'm a dreamer/ But I'm not the only one/ I hope some day/ You'll join us/ And the world will be as one...
John Lennon

Há cada década que passa tem-se a impressão de que o tempo está cada vez mais rápido. Antigamente muitos povos dormiam com o pôr-do-sol e amanheciam junto com ele, mas graças, ou não, ao capitalismo e à revolução industrial hoje a humanidade é refém do deus do tempo.

Só que desta vez não aquele ser mitológico, e sim o que o cobra prazos e resultados incessantemente, a ponto de fazer o homem moderno viver isolado em uma ilha cercado de gente.

O mal deste século nada tem a ver com as guerras políticas ou religiosas e sim com a solidão das pessoas. Cada vez mais se pensa em crescer profissional, intelectual e financeiramente, deixando a parte afetiva para ser resolvida depois de concretizada essa ordem inversa de valores, mas aí já pode ser tarde demais. Em muitos desses casos já estamos extremamente frios com o sentimento alheio. E seria praticamente impossível não ser leviano com o coração dos outros.

Ao contrário de quando a maioria das pessoas vivia no campo e se viam restritas a um convívio limitado, hoje, a possibilidade de ter um leque de convívio é muito maior, no entanto a falta de afetividade tornou o homem um ser praticamente inanimado.

A emoção acabou, o humanismo está acabando e a humanidade, sinceramente, não terá um bom destino. Talvez o maior defeito do homem durante todos esses anos tenha sido não ter descoberto a medida certa entre ser frio e receptível com o próximo quando necessário, se essa fórmula for descoberta a tempo pode ser que ainda tenha tempo para se dizer que o futuro é o resultado do sonho de uma criança.

P.S - E o que esperar do futuro da humanidade?

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